Os textos deste blog não seguem nenhuma motivação ideológica, e não têm compromissos com sentido nem coesão textual.


terça-feira, 16 de março de 2010

eu gostaria de ser uma fumaça

minha vida resume-se a instâncias mentais. tais instancias se solidificam em uma rasa vida prática. a minha existência é baseada em conceitos mentais. em vícios psicológicos que ditam os conflitos entre minha vontade e o que eu faço. os hábitos me aprisionam em gestos que em grande maioria se dão em circunstâncias efêmeras. nada contra a efemeridade das circunstancias, mas sim contra o fato de me estragarem apenas razoávelmente.

a instabilidade psicológica resulta em instabilidade pragmática. quando não penso, eu ajo. e quando pondero, não consigo. assim não-feito, escondo-me de mim mesmo em vergonha. a mente que idealiza, muitas vezes parece ser a mesma que impede, e me censura.

essas pequenas manias: o reservar-se, o mantêr-se, o procrastinar, medo; são o que constituem as impossibilidades de um eu que não quer existir sozinho. são construções que de admirável só a capacidade de enganar.

não se enganem com a fumaça. ela não pede licensa, tem forma regida pelo puro caos, tem cheiro, gosto. existe, e suas características são inerentes... não tem impedimentos em ser o que ela é. acho que as cordialidades são muito vãs