Chão, voar é errar-te na queda.
E quão nobres esperanças, em ti depositadas:
depois do cair, é tu que me amparas.
Sei que estará lá, meu chão desdito.
E mastigarei-te como uma vaca ruminante,
para extrair de ti, o sumo inaudito.
Mas só lhe peço-te a Ti, Ó Chão,
que não me tragues abaixo antes da hora
Pois esta vez e ainda outrora
sonho em ser mais uma vez amora.
Criança, pródiga em teus braços,
chão frio, metal bendito
que ouve choros marcados,
descanso à frios sofridos.
Os textos deste blog não seguem nenhuma motivação ideológica, e não têm compromissos com sentido nem coesão textual.
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Vamos ser amigos?
Vamos ser amigos?
E prometo que não te apunhalarei
pelas tuas costas...
Nem pisarei na unha negra e encravada do seu dedão do pé
A única coisa que,
logo aviso, te farei...
Será cutucar em suas costelas
todas as vezes que fizer que não me viu.
Pois, diga-me com seriedade...
quando é que realmente nos encontramos sós?
E prometo que não te apunhalarei
pelas tuas costas...
Nem pisarei na unha negra e encravada do seu dedão do pé
A única coisa que,
logo aviso, te farei...
Será cutucar em suas costelas
todas as vezes que fizer que não me viu.
Pois, diga-me com seriedade...
quando é que realmente nos encontramos sós?
terça-feira, 28 de maio de 2013
colcha de retalhos
acordo
ainda sonhando.
e quantas vezes sonhei
a mesma vida,
a mesma festa, e cedo acordo chorando?
vês, que acordados
bordamos o sonho
e que dormindo, o
desfazemos.
acordado, o sonho é
uniforme.
real-mente
real-mente
é assim que nós queremos.
mas dormindo, é bom que
ele se desfaça,
e dentre os retalhos
que costuramos,
lembramos das nobres desgraças.
quantas vezes será necessário
que sonhemos ainda
acordados?
e que também andemos
sonhando:
honras, glórias e estandarte?
e aquele acordar que era sonho
e aquele acordar que era sonho
logo se torna desgaste.
e assim, desfeito,
vemos o mundo acordar
o que será isto, será sonho?
abaixo a cabeça, e me deixo levar.
pelos ventos do hoje e de amanhã
para onde vão, devo chegar..
abaixo a cabeça, e me deixo levar.
pelos ventos do hoje e de amanhã
para onde vão, devo chegar..
segunda-feira, 20 de maio de 2013
do que restou do amor
mas mira-me bem agora:
outro rosto, outra
face.
faça-me o favor,
dispa-se de tua inocência
deixa-me te amar melhor
mas que belo idiota eu
sou,
nem tanto idiota, mas
teimoso
e tu
a rosa fechada, que
vela a seu polem
polem capilar, de um
castanho feminino
ocre e agreste
ferrugem: mas que bela!
mas que linda! preciso
dizer-te algo?
além de que já sorvi
todo o seu veneno
e agora sorrio, com o
sorriso que tenho
e que o que vier do
amanhã, será bem-
vindoterça-feira, 7 de maio de 2013
Orapronóbis #1
Ensina-me a ver no outro
minha própria feição:
do que sou feito e de que me farão.
Como o médico que em si
vê a doença, no espelho
e faz a incisão.
E crê na sensibilidade que é
sensível. invisível, e que dá a visão.
a todos aqueles que colheram
o que plantaram,
e em risco aram
em uma multidão
de súbito #1
e, prestes a sarar sua
sede num único gole,
fechou subitamente a
porta que o levava à saciedade.
resolveu viver de sede
e fome mais 13 anos
13 anos, para que
assegurasse, disse:
"para que
assegurasse a todos que viverei direito"
para não atentarem
contra ele, disse.
para que pudesse dizer:
eu vivi direito
e a chance do erro não
lhe viesse atormentar
para que saciasse na
fome
a fome de muitos dias.
domingo, 5 de maio de 2013
MINHA URGENCIA
esse,
esse mesmo
que nele é um e outro:
"Intervém! é
intervindo.
interfere! e é
interferido. (com ferro será ferido?)"
sessão,
essa mesma sessão
de secção, e
intercessão
que não é só função
é também fluição
(inter)sessão com ésse
com ferro: nésse
cresce?
ou será apenas outra, à parte
e só com ferro,
desvanece?
urgência, esta fluição
que urge surgir de
minha intuição
sexo ésquisso plexo
flexo
nem só com nexo se faz
verso
urgência, esta função
que urge fugir de minha
razão
mostra-me mais coisas
que o nada
e de pé, enxada:
a mágua que me
enxágua. (falta)
'S' esse, que é meu
me ensina a ensinar
a ensina
assassina, minha sina
E que não é só meu
sou eu, e não é só
eu.
é também teu.
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